A população global regista uma tendência de envelhecimento; no entanto, este aumento da longevidade não é necessariamente acompanhado por uma melhoria da saúde na velhice. Uma consequência significativa desta mudança demográfica é o aumento da prevalência de múltiplas doenças crónicas, colocando desafios aos sistemas de saúde em todo o mundo.
Os fatores de risco cardiovascular, juntamente com o envelhecimento e as comorbidades, desempenham um papel crítico no desenvolvimento de doenças cardíacas. Entre as comorbidades, a própria idade destaca-se como um dos fatores de risco mais significativos para doenças cardiovasculares, com sua prevalência e incidência aumentando notavelmente na população idosa. No entanto, os idosos, especialmente aqueles que são frágeis e têm múltiplas comorbidades, estão sub-representados nos ensaios de prevenção primária e secundária destinados a abordar os factores de risco cardiovasculares tradicionais, tais como hipercolesterolemia, diabetes mellitus e hipertensão.
Existem preocupações quanto à intensidade ideal do tratamento, tendo em conta a tolerabilidade e o risco de interações medicamentosas. Além disso, persiste a incerteza em relação aos alvos terapêuticos nas diferentes faixas etárias.
No campo de que denominamos hoje ¨Cardiogeriatria¨, somos obrigados a ter uma visão geral da relação entre envelhecimento e doenças cardiovasculares, destacando diversas questões de prevenção cardiovascular na população idosa.
Não basta envelhecer, temos que evitar que a população idosa venha desenvolver doenças incapacitantes, com fragilidade e com qualidade de vida ruim.
■ A look at primary and secondary prevention in the elderly: the two sides of the same coin
Maurizio Giuseppe Abrignani, Fabiana Lucà, Vincenzo Abrignani, et al
J Clin Med. 2024 Aug; 13(15): 4350